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Foto do escritorJoão Neto

Halloween: Do pior ao melhor

Em outras circunstâncias, provavelmente já estaríamos falando sobre o slasher do ano, também conhecido como Halloween Kills, mas com o seu adiamento para outubro de 2021, só nos resta relembrar o resto da franquia e sonhar com o gostinho do Michael Myers torrado. Portanto, para não deixar a data passar em branco, resolvi fazer um ranking da franquia, explicando direitinho os motivos das posições (que podem ou não soar controversas para alguns, mas deixo claro que é o meu ranking e̶ ̶s̶ó̶ ̶m̶i̶n̶h̶a̶ ̶o̶p̶i̶n̶i̶ã̶o̶ ̶i̶m̶p̶o̶r̶t̶a̶).


E não, Halloween III não estará nesta lista. Dito isso, vamos começar!



10 - Halloween: Ressurreição (2002)


Em seu filme anterior, tivemos o retorno de Jamie Lee Curtis, voltando ao papel de Laurie Strode vinte anos depois do original. Depois de mais perseguições e mortes, Laurie acreditava ter decapitado o irmão, mas nos primeiros minutos de Ressurreição descobrimos que ela na verdade cortou a cabeça de um pobre paramédico que Michael usou pra despistá-la. Isso a levou a perder o resto de sanidade que tinha e quando a reencontramos nesse castigo de filme, ela está internada e serve como a morte de abertura. E esses são os únicos minutos de Ressurreição que talvez valem a pena conferir. O resto é uma bagunça datada com participações bizarras da Tyra Banks e Busta Rhymes no elenco e uma das máscaras mais tenebrosas da franquia.



9 - Halloween II (2009)


Quando Rob Zombie decidiu fazer a continuação de seu remake, ele sabia que não podia simplesmente refilmar a continuação original. Esse é mais como uma espécie de homenagem, ele dedica uma enorme sequência de abertura aos fãs, recriando todo o clima aterrorizante do massacre no hospital e - até aí - estava perfeito. É então que Laurie (Scout Taylor-Compton) acorda de um pesadelo e o filme realmente começa. H2 tão antipático, desconstruindo nossos personagens adorados (Laurie está lidando com seu trama, mas Dr. Loomis vira um filho da puta irritante) e inserindo coisas sem sentido (as visões da mãe do Michael e seu cavalo branco?) que acaba resultando num enorme desastre. Só não é o pior da franquia por causa da cena de abertura e uma pontinha pra lá de sádica da Octavia Spencer.



8 - Halloween 5: A Vingança de Michael Myers (1989)


Esse daqui é literalmente o culpado por toda a desgraça na franquia e ninguém parece reconhecer. Dando sequência ao quarto capítulo, Halloween 5 traz o retorno da pequena Jamie Lloyd (Danielle Harris) e isso poderia ser o suficiente se a personagem não tivesse tão insuportável. Junte isso ao fato de que eles matam a única personagem carismática do filme (Rachel: a sobrevivente do 4) na metade dele e depois disso não há ninguém pra torcer por que você quer que todos morram. Pra completar, a máscara do Michael nesse tá tão horrorosa que ele parece um pássaro.



7 - Halloween 4: O Retorno de Michael Myers (1988)


Depois do desastre que foi Halloween III - O Dia das Bruxas (1983), os produtores correram pra ressuscitar Michael Myers e não demorou muito para que nosso pálido psicopata favorito estivesse de volta à Haddonfield para aterrorizar a vizinhança. Nossa final girl agora não é Laurie (que nessa linha do tempo morreu num acidente de carro), mas sua filha bastarda Jamie Lloyd (Danielle Harris). Curiosamente foi o primeiro filme da franquia que eu assisti (aaah os tempos de locadora) e tinha boas memórias... até revê-lo recentemente. Michael adquire uma aura sobrenatural e imortal ala Jason nesta zona, matando gente com o DEDÃO e destoa bastante. Tem seus momentos (como o final), mas é um filme bem regular.



6 - Halloween 6: A Última Vingança (1995)


Talvez agora comecem as controvérsias. Mas João, esse não é aquele que todos odeiam, o que tem seitas druidas e o Paul Rudd? Sim, porém eu tenho meus motivos para simpatizar com ele. Feito à moda caralha, tendo que responder todas as pontas soltas deixadas no capítulo anterior (e que nem os próprios roteiristas dele tinham), Halloween 6 é o capítulo cuja fama o precede por basicamente ter sido o fundo do poço da franquia original. Relevando todas as tramas estúpidas, para mim o sexto filme (pelo menos a versão de cinema e não a do produtor) merece essa posição por diversos motivos: há algumas boas cenas de suspense, mortes criativas e principalmente uma máscara que NÃO é ruim... E todo mundo sabe que a máscara costuma ser um problema em boa parte dos filmes desta franquia.



5 - Halloween H20: 20 Anos Depois (1998)


Antes do Halloween (2018), teve H20. Embarcando na onda pós-Pânico, o filme retomou a franquia com o retorno da Jamie Lee Curtis, ignorando as sequências anteriores (e enterrando a personagem Jamie Lloyd) com um novo filho pra Laurie, agora interpretado pelo Josh Hartnett. A continuação se passa numa escola privada, da qual Laurie - ou melhor, Keri Tate - é a diretora e Michael finalmente a achando após duas décadas. Tem alguns problemas evidentes, entre eles a frustrante curta duração que desperdiça cenários e personagens secundários, e até mesmo a tentativa de repetição da fórmula Pânico, mas é um filme tão carinhoso e nostálgico que é impossível não gostar dele.



4 - Halloween II: O Pesadelo Continua (1981)


A cidade agora está a caça de Michael, que está a caça de Laurie, que está no hospital e já dá pra entender qual a trama dele. Quando o vi pela primeira vez, adorei a dinâmica mais ágil e a forma que ele se conecta com o primeiro (visto que se passa imediatamente após o fim dele). Mas ao longo dos anos, foi caindo no meu conceito. É aqui que é inserido o laço familiar entre protagonista e antagonista, algo que tira a grande magia do original, e é um filme que tenta se adequar mais a era pós-Sexta Feira 13, o que acho que destoa um pouco do anterior. Mas mesmo com suas falhas, ainda se mantém a uma distância de qualidade de seus outros colegas de franquia.



3 - Halloween: O Início (2007)


Definitivamente um dos remakes mais polêmicos do gênero, o Halloween de Rob Zombie divide opiniões por tentar uma abordagem bem diferente do filme de Carpenter. Aqui ele tenta dar um background para a natureza de Michael Myers, explicando sua infância perturbada e, ao fazer isso, mata boa parte da graça do vilão. Tirando isso, é um bom slasher e isso vocês não podem negar. Michael Myers nunca esteve tão brutal e este filme definitivamente ajudou a elevar o tom gráfico da franquia (algo que repercute até mesmo no de 2018). A máscara é absurda de linda e provavelmente minha favorita na franquia inteira. E como slasher é indiscutivelmente melhor do que boa parte dos outros capítulos. Os primeiros 40 minutos podem ser um pouco ABLUBLÉ das ideias (é tempo demais pra uma coisa que NINGUÉM quer saber), mas depois que somos introduzidos à nova Laurie ele só decola. O terceiro ato é uma das coisas mais assustadoras e enervantes da franquia, toda a luta dos dois irmãos na casa abandonada, culminando naquele final extremamente catártico é horror puro e só as chatas bem saudosistas pra negar a direção poderosa desse desfecho do filme.



2 - Halloween (2018)


Creio que por muitos anos essa posição foi preenchida indiscutivelmente por Halloween II (1981). Mas foi só David Gordon Green trazer sua versão da continuação do clássico de John Carpenter que pudemos perceber o quanto precisávamos dela. Ignorando todo o resto da franquia (e com isso, jogando no lixo a conexão de irmãos de Laurie e Michael), esse reboot se aproxima muito mais do clima do original, investindo no suspense sem deixar a violência de lado e dando um arco emocional mais forte para Laurie. Mal podemos esperar para ver como essa nova trilogia vai se desenrolar com Halloween Kills (2021) e Halloween Ends (2022).



1- Halloween: A Noite do Terror (1978)


A noite que ele voltou pra casa continua imbatível no primeiríssimo lugar, sendo um marco não apenas no gênero e influenciando toda a forma que os slashers seriam nas décadas seguintes, mas também sendo uma verdadeira aula de como fazer suspense e como fazer cinema. O clássico seminal de John Carpenter continua grandioso após 40 anos e provavelmente continuar por mais 40.

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